Brassando uma Legítima Stout Irlandesa



Stoutmela’s!

Traduzido e adaptado por Luís Otávio

Quem nunca ouviu falar do dia de São Patrício? Ahhhhhhhh, vc não? Então fudeu! De qualquer forma é apropriado discutir o que a Irlanda tem de melhor (não, não é o U2!): uma Stout. Vamos dar uma olhada na história, no preparo das receitas e finalizar com a receita da StoutMela’s, nossa versão para essa cerveja mais que “crrrrrrrrrrrrrrrrrássica” (como diria meu amigo Mig’s)!


A História da Stout

A Stout Irlandesa tem suas raízes no tipo Porter. Porters foram primeiramente comercializadas por volta de 1730 em Londres e tornou-se popular tanto na Grã-Bretanha como também na Irlanda.
 
A palavra Stout foi primeiro associada com cerveja num manuscrito de 1677, onde uma cerveja “Stout” aparecia como sinônimo de cerveja “forte” (Ref: Wikipedia). Em 1700, o termo “Stout Porter” foi amplamente utilizado para descrever uma versão forte da Porter. A famosa cervejaria Guinness na Irlanda começou suas atividades brassando uma “Stout Porter” em 1820, embora tenham brassado Ales e Porter antes disso. Por volta de 1802, a Stout também começou a aparecer como um estilo distinto, usando muito mais malte escuro e lúpulos adicionais do que as Porters daqueles tempos. Por volta da mesma época, o malte preto foi inventado e colocado em uso nas Porter e nas Stout Porters.

Por todo o 1800 e alguma coisa, a Stout continuou a se referir como “forte” –  embora tinha-se tanto “Stout Ales” como “Stout Porters”. Entretanto, por volta do século 19, a “Stout” tornou-se muito mais associada a uma Porter escura, tornando-se eventualmente um nome para muitas cervejas escuras.

As Stouts tradicionais dos idos de 1800 e início de 1900 diferem consideravelmente de suas modernas versões. A característica cevada tostada que dá as Stouts Irlandesas seu sabor tostado seco não era utilizado até o início de 1950. Algumas Stouts tinham gravidade muito elevada - 1,070 a 1,090 para muitas receitas de 1858, como citado por Ray Daniels. Elas também tinham elevado amargor de lúpulo, chegando a 90 IBUs em alguns casos.
 
Enquanto Pale Ales e depois Lagers tornaram-se populares em 1800, as vendas de Porter e Stout Porters declinaram, permanecendo populares na Irlanda e em algumas poucas localidades no reino unido.
 
Um exemplo da moderna Stout Irlandesa é a Guinness Extra Stout. Outras Stouts populares incluem Beamish Irish Stout e Murphy’s Irish Stout. No Brasil, eu ainda me lembro da clássica Caracu, famosa por engrossar o sangue daqueles que a bebiam ,num passado não muito longinquo, e hoje mais famosa por sua ligação com a Sandy Devassa, que declarou recentemente gostar de dar a caraCU por aí.  Voltando ao assunto, a cervejaria Guinness foi fundada em 1759, em Dublin e vem operando continuamente por mais de 250 anos sob propriedade familiar. A Guinness é uma clássica cerveja estilo Stout Irlandesa ou Stout seca, com um distinto sabor seco, quase como um sabor de café derivado da cevada torrada. A Guinness é brassada em duas formas principais: a versão draft doméstica, tendo muito menos álcool (3.9%), e a versão exportada (6%).
 
Outros estilos de Stout são também populares e incluem a Imperial Stout (Russa), Oatmeal Stout, Milk Stout, Chocolate Stout. Entretanto, por hoje nós ficaremos com o clássico estilo Stout Irlandês.

Bolando e brassando uma Stout Irlandesa


A Stout Irlandesa tem uma gravidade original na faixa de 1,035-1,050. O amargor é moderado, mas deve balancear o forte sabor dos grão escuros usados. Ela deve ser lupulada a uma taxa moderada de 1 IBU por ponto de OG (assim, uma cerveja com 1,040 de OG deve ter 40 IBUs). A cor é um marrom extremamente escuro, que parece preto no copo – a partir de 35-200 SRM. Um Stout tradicional é servida com uma carbonatação muita baixa (1,6-2,0 volumes) e frequentemente “morna”.

O ingrediente chave em uma Stout Irlandesa é a cevada torrada. Ela dá a Stout Irlandesa o seu clássico sabor seco que parece café, cor profundamente escura e o colarinho de espuma branca. Diferente de outros maltes escuros, a cevada torrada é feita a partir de grão de cevada não malteados que são torrados em alta temperatura ao mesmo tempo que é borrifada com água para previnir que o grão queime. A cevada torrada é intensamente escura, por volta de 500-550 L, e incrivelmente produz uma espuma branca sobre a cerveja, ao contrário da espuma mais escura produzida por outros maltes.

Em muitas Stouts secas comerciais, a cevada torrada é o único malte especial usado. Para uma Stout seca Irlandesa, a cevada torrada constitui cerca de 10% dos maltes usados. Àqueles que não usam cevada torrada irão quase sempre utilizar malte preto como substituto.

Uma Stout Irlandesa é de corpo elevado, assim, o segundo ingrediente mais popular são os flocos de cevada numa proporção próxima a 10% do total de grãos. Flocos de cevada dão corpo e paladar a cerveja, mas deve ser brassado.

Muitas das receitas vencedoras de Stout também usam aveia (6% do total de grãos) ou trigo (na faixa de 6%) no lugar dos flocos de cevada ou como aditivo para aumetar o corpo da cerveja pronta. Outros grãos populares incluem malte chocolate e malte preto, que são usados em pequenas proporções para adicionar complexidade ao sabor.
 
Malte pálido Inglês (malte pale ale) constitui a base (60-70%) dos grãos. Temperaturas de conversão na faixa dos 63 – 68 oC são adequadas.
 
O lúpulo mais popular para uma Stout é de longe o East Kent Goldings, embora outros lúpulos ingleses também sejam adequados (Fuggle, Challenger, Northdown and Target). Variedades Americanas como o Cascade são usados, às vezes, pelas microcervejarias Amaricanas. Tradicionalmente, uma adição simples de lúpulo é feita no início da fervura para conferir amargor. O aroma de lúpulo não é um fator significante, de modo que, aromas de lúpulo são raramente adicionados.

O fermento Irish Ale é comumente usado numa Stout. Um fermento ideal deve produzir uma atenuação ao redor de 76% para dar “secura”, mas muitos fermentos Irish ale dão uma menor atenuação. Alguns cervejeiros selecionam fermentos neutros com alta atenuação para alcançar um perfil mais seco.
 
Algumas receitas de Stouts, incluso a Guinness, usam uma pequena quantidade de cerveja azeda pra conferir um pouco de amargor e sabores extras. Para fazer cerveja azeda, pegue uma pequena quantidade de mosto não fermentado e deixe ele azedar naturalmente por alguns dias deixando  exposto ao ar. Ferva a cerveja azeda para esteriliza-la, esfrie, e adicione ao seu fermentador antes de engarrafar.

Finalmente, poucos fãs de Stout irão esquecer a espuma suavemente cremosa que um paint de Guinness tem. O segredo é que a torneira da Guinness não é servida apenas com CO2, mas sim com uma mistura de CO2 e nitrogênio.  O nitrogênio dá a espuma a cremosidade extra que dura no copo. Dá pra servir cerveja embarrilhada com N2 e CO2 em casa, mas isso requer um cilindro extra de N2 e também o seu cilindro de CO2 com uma torneira especial tipo “Stout” pra misturar os gases quando servir.


Receitas  de Stout Irlandesa

  
Aqui, a famosíssima receita da StoutMela’s, guardada em segredo pelos monges anciões durante séculos nos sombrios porões da Chorumela’s Brewer Company, em Floripa. 

StoutMela's


Tipo: puro grão                                                                  Data: 2011
Estilo: Dry Stout                                                                 Cervejeiros: Alfredo & Luís
Volume: 20 L                                                                      Tempo de fervura: 60 min
Volume da fervura: 24 L

Ingredientes

Quantidade                      Item                                        Tipo                   % ou IBU

4,00  kg                  WE Pilsen (3.0 EBC)                           Grão                    90,91 %
0,40  kg                  Chocolate Malte (900.0 EBC)               Grão                    9,09 %
20,00 gm                Nugget [13.00 %] (60 min)                   Lúpulo                 31,4 IBU
20,00 gm                Saaz [4.00 %] (15 min)                        Lúpulo                  4,8 IBU
10,00 gm                Sulfato de Calcio                               Aditivo   
20 L                       Santa Rita                                         Água   
1 Pct                      SafBrew Ale (DCL Yeast #S-33)           Fermento   

 
Perfil da cerveja
 

OG estimada: 1,051 SG (1,036-1,050 SG)                    OG medida: 1,045 SG
FG estimada: 1,013 SG (1,007-1,011 SG)                     FG medida: 1,010 SG
Cor estimada: 58.8 EBC (49,3-78,8 EBC)                     Unidades de alfa ácidos: 12,0 AAU
Amargor: 36,2 IBU (30,0-45,0 IBU)                             Volume real de álcool (v/v): 4,56 %
Álcool (v/v) estimado: 4,90 % (4.00-5.00 %)   
Calorias: 418 cal/L   

Perfil da Brassagem


Name: BrassaMela’s                                        Peso dos grãos no caldeirão: 4,40 kg
Peso dos grãos: 4,40 kg                                   pH: ~5,4
Temperatura dos grãos: 22 C                           Temperatura da água de lavagem: 77 C
Lavagem dos grãos: 10 L   

Nome                                  Description                                   T                   Passo
 
Sacarificação1       17 L de água e aquece até 65 C por 60 min    65 C           Aos 0 min
Sacarificação2       72 C por  30 min                                         72 C          Aos 60 min
Mash out               78 C por 10 min                                          78 C          Aos 90 min


Carbonatação e Armazenamento

Carbonatação: Açucar de cana                               Volumes de CO2: 2,5 (1,8-2,5 vols)
Peso: 140 g                                                          Temperatura na garrafa: ~25,0 C
Temperatura de armazenamento: 20 C                   Maturação: 4 semanas no mínimo.
   

Nota:
Uma cerveja bem simples que produz um sabor estilo Guiness, não importa o quão ruim sua brassagem tenha sido. Tão leve em corpo que até parece que o copo vai sair voando!!!

Referência: http://www.beersmith.com/



WITBIER - História, dicas e receitas

 Por Luís Otávio

WitMela’s!
 
Caros amigos, durante a existência da Chorumela’s Brewer Company, uma das cervejas que mais nos empolgou e desde sua primeira versão mostrou um enorme potencial no quesito satisfação foi a Witbier. Acabamos evoluindo muito no modo como fazemos essa cerveja e a cada nova leva nos surpreendemos ainda mais com o seu sabor delicioso, cada vez melhor. A Witbier Belga (ou Witbier) é uma cerveja leve, refrescante mas ainda muito pouco popular no Brasil. Aqui, nós daremos uma olhada na história, dicas e algumas receitas para Witbiers e cervejas brancas em geral.

História
 
Belgian Wit tem vários nomes, todos variações do termo “cerveja branca”.  Em frances é chamada “Biere Blance”, enquanto que em flamengo seu nome é Wit ou Witbier. Enquanto o estilo foi muito provavelmente derivado da tradição monastérica Belga, ela alcançou ampla popularidade nos séculos 18 e 19 nas cidades ao leste de Bruxelas. As duas cervejas “Biere Blanche de Louvain” e “Blanche de Hougerde” foram produzidas em Louvain e Hoegaarden respectivamente.  A versão de Louvain foi mais popular.
 
Após a revolução lager a partir de 1800 e que seguiu 1900 adentro, a Wit declinou em popularidade gradualmente e, de fato, desapareceu quando a última cervejaria Belga fechou seus negócios em 1957.  Uns 10 anos depois, Pierre Celis levantou algum dinheiro com membros de sua família para abrir uma cervejaria chamada De Kluis e começou a produzir uma Wit de estilo tradicional, chamada muito apropriadamente de “Hoegaarden”.
 
Em 1985, a cervejaria De Klius foi completamente destruida num incêncio, e novamente ameaçou colocar o estilo Witbier em extinção. Pierre Celis foi capaz de levantar algum dinheiro de fontes comerciais para reconstruir a cervejaria , mas por volta de 1987 os cervejeiros Lager tomaram o controle de Pierre Celis e alteraram a receita original de modo a atender a um maior número de consumidores. Pierre Celis, desapontado, se mudou para Austin-Texas, nos EUA onde ele abriu uma nova cervejaria produzindo “Celis White”, baseada na receita original da Hoegaarden.

Produzindo o Estilo WitBier
 
Belgian Wit é um cerveja leve, a base de trigo de corpo leve a médio, leve docura e um final picante frutado de laranja na boca. Ela tem um perfil limpo e fresco, baixo amargor de lúpulo e alta carbonatação com uns bons dedos de colarinho. Uma Wit tradicional é levemente turva (esbranquiçada) devido ao uso de trigo não maltado e de coloração pálida a um leve dourado.
 
A densidade original (OG) do estilo está na faixa de 1,044 a 1,052, amargor de 10 a 20 IBU e cor na faixa de 2 a 5 SRM. A carbonatação é alta.
 
A Witbier é feita a base de aproximadamente 50% de malte pilsen e 50% de trigo não maltado.  Quase sempre, 5 a 10% de aveia em flocos é adicionada para aumentar o corpo e o sabor da cerveja.
 
O trigo não maltado apresenta alguns desafios para os cervejeiros de infusão simples. O trigo puro não maltado não será convertido satisfatoriamente numa brassagem de infusão simples. Isso pode ser resolvido usando infusão multi-passos ou decocção multi-passos, mas uma solução mais simples que esta também existe. Se você substituir o trigo puro por flocos de trigo ou trigo assado, você poderá realizar uma brassagem de infusão simples facilmente, mantendo o sabor distinto do trigo não maltado.  
 
Se você está preparando sua cerveja a partir de extratos, extrato de trigo pode ser uma opção aceitável, mas cervejeiros que utilizam grãos inteiros devem evitar usar trigo maltado porque ele não resultará num autentico sabor de uma Wit. Aveia amassada é a melhor opção se você está partindo de grãos porque estes dois funcionarão bem em uma brassagem de infusão simples. Onde possível, malte pálido colorido diástico deve ser usado como malte base.
 
O lúpulo é tipicamente escolhido de modo a minimizar o perfil lupulado. Lúpulos de baixo ácido alfa tais como BC Goldings, Hallertauer, Fuggles or Saaz são usados o suficiente pra balancear a doçura do malte. Adição de lúpulo no final da fervura  é inapropriada uma vez que aroma de lúpulo não é uma característica do estilo.  Sugestão: 28 g de BC Goldings para um volume de 18,9 L fervidos por 60 minutos.
 
Especiarias tem um papel fundamental numa Wit. Coentro e cascas de laranja (Curaçao amargas) são usados em pequenas quantidades no final da fervura pra dar um caráter picante a cerveja. Em alguns casos, uma quantidade de casca de laranjas comuns (doces) são adicionadas, embora o sabor doce dessas cascas não deve ser o sabor dominante. 
 
O coentro pode ser quebrado mas não triturado. Usar o moedor para quebrar as sementes ao meio é uma boa idéia. Cascas de laranja do tipo Curaçao não são comuns no Brasil, mas se você encontra-las numa casa especializada, use aproximadamente 21 g para 18,9 L adicionados nos 5 minutos finais da fervura.

Receitas de Witbier Belga 

Type: grãos
Volume: 19,6 L
Cervejeiro: Brad Smith
Volume de fervura: 19,6 L
Tempo da fervura: 60 min
Eficiencia: 75.00

Quant.            Item                                                     Tipo                  % ou IBU
2 kg                Pale ALe (2 Row) Bel (3.2 SRM)                Grão                  50,00 %
2 kg                Trigo, Flocos (1.6 SRM)                           Grão                  50,00 %
30 g                Goldings, East Kent [5.00 %] (60 min)        Lúpulo               16,7 IBU
20 g                Sementes coentro (Ferver 5.0 min)           Especiaria   
20 g                Cascas de laranja  (Ferver 5.0 min)           Especiaria   
1 Pacote          Belgian Wit Ale (White Labs #WLP400)     Fermento 

Gravidade Original estimada: 1,047 SG
Gravidade Original medida: 1.047 SG
Gravidade Final estimada: 1.011 SG
Gravidade Final medida: 1,013 SG
% Alcool por Vol: 4.69 %
% Alcohol by Vol real: 4.43 %
Amargor: 16.7 IBU
Calorias: 209 cal/pint (470 mL)
Cor estimada: 4.0 SRM

Brassagem: Infusão simples, corpo médio
Peso total dos Grãos: 4 kg
Água pra lavagem: 8 L
Temperatura do grão: 22.0 C
Temperature de lavagem: 76 C
pH do mosto: 5,4
 
Infusão simples, Corpo médio

Passo          Nome                 Descrição                                            Temp
60 min         Mash In                Adicione 10,7 L de água a 74 C               68 F
10 min         Mash Out             Adicione 6 de água a 91,4 F                    76 F

Carbonatação: Keg (Forçada CO2)
Volumes de CO2: 2.4
Pressão/Peso: 21.6 psi
Temperature: 16 C
Maturação: 28.0 dias
Temperatura de armazenagem: 11,1 C 


Receita WitMela’s

Volume: 20 L
Cervejeiro: Alfredo & Luís
Tempo da fervura: 60 min


Quant.            Item                                                     Tipo                  % ou IBU
2 kg                Malte de Trigo                                        Grão                  38,00 %
250g               Aveia em Flocos                                      Flocos                 4,85 %
400g               Trigo não Maltado                                    Grão                   7,76 %
2,5Kg              Malte Pilsen                                            Gão                   48,54 %
20 g                Galena [5.00 %] (60 min)                          Lúpulo              
20 g                Sazz [3.00 %] (15min)                              Lúpulo
20 g                Semente de Coentro (5.0 min)                 Especiaria   
20 g                Cascas de Laranja (5.0 min)                     Especiaria   
1 Pacote          Fermentis S-33                                       Fermento

Gravidade Original : 1,055 SG
Gravidade Final : 1.016 SG
% Alcool por Vol: 5,1 %

Brassagem: Rampas de Temperatura
Peso total dos Grãos: 5,15 kg
Água pra lavagem: 8 L
Temperature de lavagem: 78 °C

Passo                         Temp
10 min                         52°C             
30 min                         63°C
30 min                         72°C  
10 min                         78°C            Mash Out

Fermentação Primária:  7 dias
Fermentação Secundaria: 7 dias
Maturação: 15.0 dias
Carbonatação: Primming (181 g de açúcar em 20 L)
Temperatura de armazenagem: 25°C 



*Texto adaptado de: The Belgian Wit Beer Style, BeerSmith Home Brewing, by Brad Smith

Home Brewing Books

Home Brewing Books
 
O maior problema que se encontra quando se começa a pesquisar sobra à fabricação de cerveja é a falta de literatura nacional. Claro que encontramos vários sites, blogs (como o nosso) e comunidades da internet que tratam exclusivamente a respeito disso, com explicações sobre o processo, receitas e discussões sobre as principais dúvidas do pessoal. Em termos internacionais, encontramos uma vasta gama de publicações a respeito de diversos aspectos da cultura da cerveja, desde sua origem e história e até mesmo verdadeiras bíblias sobre como fazer em casa a sua própria cerveja.
 
Depois de acumular vários exemplares de livros sobre o assunto, resolvemos compartilhar com os home brewing e afins a nossa biblioteca particular. Segue abaixo o título e a descrição de alguns deles: 

Infelizmente não posso colocar o link direto devido a proteção aos direitos autorais. Mas deixe um comentário com seu email que envio o link pra baixar os livros, além de algumas apostilas, artigos e apresentações sobre home brewing.

A Bioquímica da Cerveja

Os principais componentes da cerveja se enquadram em três classes principais de biomoleculas: açúcares, proteínas e lipídios.
 
Esses três ingredientes principais vêm principalmente dos grãos de malte e fornecem ao fermento uma fonte rica de alimento para crescer e se reproduzir e, como subproduto, são criados os sabores e aromas da cerveja. Alguns dos lipídios também vêm do lúpulo, mas estes são principalmente óleos aromatizantes e realmente não são utilizados pelas leveduras. Se você possui um conhecimento cervejeiro avançado ou principiante, neste post será facil compreender de onde são provenientes cada uma destas classes principais de moléculas, e os sabores e aromas que elas proporcionam.

1.    A Contribuição dos açúcares (carboidratos)
 
Os açúcares extraidos dos grãos do malte fornecem alimentos e nutrientes para o fermento e são os precursores para a formação do álcool. Eles são muitas vezes referidos como carboidratos por químicos e bioquímicos. Os átomos prensente nas moleculas dos açúcares podem se combinar para fazer uma série de estruturas, mas para nosso propósito, só precisamos entender duas moléculas simples de açúcar glicose (1) e frutose (2).
1.1.     Glicose

As moléculas de Glicose podem se combinar fomando estruturas de tamanhos variáveis resultando em açúcares mais complexos. Esses açúcares derivados da glicose são a principal fonte de alimento para a levedura na cerveja. No entanto, as moléculas de açúcar, com apenas um, dois ou três moleculas de glicose também são importantes para a fermentação. Moleculas de açúcares maiores (amido, amilose e aminopectina) são quebrados em açúcares menores durante o processo de brassagem e fervura do mosto.

A tabela abaixo resume os principais tipos de açúcares derivados da glicose, suas estruturas e a quantidade de cada tipo encontrado na cerveja nao fermentada (mosto).
Nota: Em geral o "amido" é frequentemente utilizado (embora incorretamente) para se referir a todos os açúcares maiores, inclusive de amilose, amilopectina e o verdadeiro amido.

Amilopctina e amido possuem diferentes ligações Glicose-Glicose entre amilose ou açúcares simples. Essas ligações podem variar de posições, criando uma grande variedade de moléculas de açúcar que não são quebradas pelo femento cervejeiro normal. Portanto, partes de amilopectina e amido permancem no mosto e na cerveja pronta, juntamente com a amilose que nao é quebrada em glicose, maltose ou maltotriose durante a brassagem ou a fervura do mosto. Uma vez que a maioria das moléculas de açúcar será fermentado pelas leveduras, essas grandes partes de açúcares são os principais responsáveis pelo sabor doce, chamado de gosto maltado da cerveja. Uma excessão são as cervejas light; pois neste estilo, são usadas enzimas especiais que quebram muitos dos açúcares complexos, permitindo-lhes assim serem fermentados em etanol e dióxido de carbono (CO2).


1.2.    Frutose
 
A frutose (F) é o açúcar mais simples que pode se combinar entre si ou com a glicose para fazer um outro conjunto de açúcares complexos, que são importantes na fabricação de cerveja. Estes incluem frutose, sacarose e rafinose (ver tabela abaixo).

Nota: Cadeias de duas ou mais moleculas de frutose nao são normalmente encontradas na natureza que prefere formar cadeias alternando F e G.


Rafinose, embora não seja o componente mais importante do mosto, é um açucar importante como forma de diferenciação entre uma levedura lager de uma ale. Leveduras lager podem dividir a rafinose em duas G’s e uma F. Uma F pode ser fermentada por qualquer levedura lager ou ale. Entretanto, o açúcar residual G-G, conhecido como melibiose, tem uma ligação química ligeiramente diferente da ligação GG da maltose. Leveduras lager podem dividir essa ligação, gerando cervejas lagers de sabor mais limpo e corpo mais leve. A levedura ale é incapaz de dividir esta ligação. Portanto uma molécula de rafinose ou uma rafinose ligada entre duas G’s, não seria completamente processada pela levedura ale, deixando um açúcar residual associado ao sabor final da cerveja. Estes sabores residuais fazem parte do complexo conjunto de aromas e sabores do perfil de estilo de cervejas ale.

Figura: Representação da molécula de rafinose, composta por duas moleculas de glicose e uma molécula de frutose.

1.3.    Outros açúcares complexos
 
 Dois outros tipos de açúcares complexos são também motivo de preocupação para o fabricante de cerveja, embora não para a fermentação. O primeiro: beta-glicanas, estão intimamente relacionados com a maltose, maltotriose e amilose. O segundo tipo: pentosanas, estão intimamente relacionados a moleculas de G e F. No entanto, as leveduras não podem processá-los como seus açúcares “primos”. Se nao forem devidamente degradados durante o processo de brassagem, tanto os beta-glicanas e as pentosanas causarão problemas com turvamento e filtragem.

2.     A contribuição das proteínas

As proteínas são longas cadeias de moléculas individuais chamadas aminoácidos. Elaes são requeridas por todos os seres vivos, desde as bactérias até os seres humanos. Durante o processo normal de brassagem, proteínas são extraídas quase que exclusivamente dos grãos do malte.
Uma proteína é uma sequência de aminoacidos(AA) que podem ser compostos de poucos AA a uma centena deles, numa cadeia mais longa. O comprimento determina o tamanho e o peso molecular das proteínas. AA individuais também podem ser encontrados na cerveja.
Molécula de proteína composta de aminoácidos (AA):

.....AAAAAAA.........

Algumas dessas proteínas são utilizadas pelo fermento para viver, reproduzir e fermentar. Proteíinas usadas na fabricação de cervejas são classificados em uma das seguintes categorias:

Essencial: requerido pelo fermento para crescimento e ativação da fermentação.
 
Importante: nescessário para crescimento normal do fermento e fermentação. A levedura pode substituí-lo ou deixá-lo de fora, mas o gosto da cerveja provavelmente será afetado.
 
Não-essencial: não necessários para o crescimento do fermento e a fermentação.
 
A maioria das proteínas em grãos não maltados são extremamente grandes. E assim como acontece com os açúcares, o processo de brassagem remove essas proteínas maiores ou as quebram em tamanhos menores para poderem ser processadas pelas leveduras. Por exemplo, proteínas maiores são quebradas durante o processo de brassagem por aquecimento. Eles também são quebrados pelas enzimas ativadas durante o processo de brassagem, mas, mais importante ainda, vários se agregam e ficam de fora da cerveja. Este é um processo conhecido como precipitação de proteínas. Ferver o mosto continua o processo de quebra das proteínas em moleculas mais curtas de aminoácidos (através de calor) e pela mudança em sua estrutura natural ou por sua desnaturação, causando uma precipitação de proteínas, chamada quebra a quente (parecido com a clara do ovo quando exposto ao calor). O resfriamento do mosto causa outra precipitação da proteina, chamada quebra a frio. Uma rápida e eficiente refrigeração do mosto produz uma melhor quebra a frio e reduz drasticamente a turbidez do produto final.

Durante a fermentação e maturação, as leveduras usam principalmente aminoácidos e algumas proteínas muito pequenas para se alimentar. Proteínas não essenciais, grandes ou em excesso, não são utilizadas pelas leveduras. Algumas dessas proteínas continuam a precipitar durante o resfriamento e fermentação do mosto (uma continuação menos eficiente da quebra a frio), mas a maioria passam para a cerveja inalteradas. As proteínas e aminoácidos remanescentes dão a cerveja corpo e sabores especiais característicos de um certo estilo e também contribuem para a retenção da espuma.

3.   A contribuição dos lipídios
 
Os lipídios para a proposta dessa discussão, são moleculas de gordura que são provenientes de três fontes: malte, oxidação do lúpulo e metabolismo da levedura. O trub, material esbranquiçado que se acumula no fundo do fermentador pode consistir de até 50% de lipídios. Um mosto turvo contém de 5 a 40 vezes o conteúdo lipídico que um mosto limpo. Então o que fazer com os lipídios, afinal? Para os cervejeiros caseiros eles proporcionam vantagens e desvantagens.

3.1.    Vantagens e desvantagens
 
 Lipídios contribuem para a viabilidade da fermentação pelo transporte de nutrientes através da membrana celular do fermento. De maneira simplificada, ele capacita o fermento para conseguir alimentar-se, além de ser inibidor da formação de vários ésteres desagradáveis.
Uma das desvantagens dos lipidios é que eles agem como um sabão, dissolvendo a espuma da cerveja. Eles também desempenham um papel importante para desandar a cerveja, uma vez que são facilmente oxidados. Lipídios oxidados contribuem com gostos de sabão, gordura, suor, e gosto de cerveja velha. 

Devido aos lipídios possuirem vantagens e desvantagens, a melhor maneira de tratá-los na cerveja ainda é um tanto controverso. Alguns acham que uma contribuição positiva dos lipídios pode ocorrer em se transferindo o mosto da fermentação para um segundo fermentador após alguns dias, quando os estágios iniciais da fermentação estão completos. Isto permite o acesso da levedura aos lipidios durante a fase crítica inicial da fermentação mas, em seguida, remove o mosto do trub altamente lipídico que se acumula no fundo do fermentador. Entretanto, as cepas de leveduras produzem quantidades diferentes de tipos de lipídios. Esta mistura de tipos diferentes de lipídios contribue acrescentando sabores específicos que ajudam a definir um estilo de cerveja. Então, se você separa a cerveja dos lipídios, acaba perdendo alguns dos sabores que seriam produzidos.

Talvez, a melhor sujestão seja encontrada em New Complete Joy of Homebrewing: “Homebrewers devem trasfegar sua cerveja a um fermentador secundário livre de lipídios se a cerveja for ficar em contato com o trub por mais de duas semanas.” Este método faz sentido, uma vez que todas as contribuições oriundas dos lipídios vão levar mais de duas semanas; e, antes disso, a fermentação já deverá ter terminado, com todos os sabores provenientes dos lipídios intactos e os ésteres reduzidos, podendo ser engarrafada ou embarrilhada, eliminando nesse processo o trub. É claro que, algumas receitas e técnicas de fabricação de cerveja (como as lagers) exigem a transfega para um fermentador secundário, obrigatoriamente.”

Contaminantes como o sabão ou bactérias são muito mais propensos a ser o problema da quebra da espuma do que o trub. Da mesma forma, uma oxidação mais grave ocorrerá depois de duas semanas somente se sua técnica de fabricação não for adequada, e não somente porque você tem trub na cerveja.

Fonte: Brew Chem 101 - The Basics of Homebrewing Chemistry

Dicas que eu deveria conhecer (mas ninguém me falou) quando comecei a fazer cerveja.


Por Luís Otávio

É natural que quando começamos a produzir nossa própria cerveja surjam várias dúvidas quanto aos ingredientes, procedimentos e métodos que mais facilitariam sua vida e resultariam numa melhor qualidade da cerveja que será produzida. Quando se tem à quem perguntar, fica fácil! Mas e se não temos?
Algumas dicas simples podem ajudar muito na qualidade final da cerveja produzida. Aqui serão apresentadas algumas dessas dicas dadas que devem facilitar a vida de muitos.
Queria eu ter sabido disso antes de iniciar!

1 - Use ingredientes frescos, de alta qualidade: ingredientes frescos garantem uma cerveja melhor! quem nunca viu a celebre frase ”feita com ingredientes importados”. Propaganda barata, basicamente todos os ingredientes utilizados na produção de uma cerveja são importados. Portanto, vale à pena checar com o fornecedor a data de produção do insumo e sempre optar por ingredientes frescos e dentro do prazo de validade. Use os ingredientes tão rápido quanto possa. Caso os guarde, lembre-se sempre de manter fermentos na geladeira, lúpulo do freezer e grãos em locais frescos e adequados. Triturar o malte e armazená-lo por longo período vai contribuir para a sua oxidação e diminuir a qualidade da sua cerveja. 

2- Faça a tarefa de casa: produzir uma cerveja cada vez melhor é parte “mão na massa” e parte ciência. Entender a “ciência da cerveja” vai ajudá-lo a produzir e entender os passos para produzir uma boa cerveja. Mas... Como eu posso aprender? Bem, existem vários livros interessantes sobre o assunto, vale a pena estudá-los. Outra fonte interessante e muito importante é a participação em fóruns da internet das várias comunidades voltadas para o assunto e também as páginas mantidas pelas associações de cervejeiros artesanais (ACERVAS) em nosso país. Por fim, existem vários softwares que podem ajudá-lo a planejar uma determinada receita, tais como o Beerstmith e o Promash, entre outros. Todas essas ferramentas podem - e vão - contribuir para a melhora da qualidade da sua cerveja.

3 – Mantenha tudo esterilizado: higiene é fundamental na produção de uma boa cerveja. Ainda lembro o desgosto ao perceber que 20 L de uma cerveja de trigo havia azedado1. Lembrar daquele precioso néctar sendo jogado no ralo da pia ainda me causa pesadelos terríveis! Linhas gerais, qualquer coisa que entre em contato com a sua cerveja após ela ter sido resfriada não será passível de sanitização por qualquer método comum (alvejantes, iodofórmio, etc.). O período após o resfriamento da sua cerveja é crítico, uma vez que bactérias e outros organismos podem contaminar sua preciosa cerveja antes mesmo da fermentação ser iniciada. Portanto, se não quiser ter a surpresa desagradável de ver um bixo peludo boiando no seu fermentador, higiene é essencial!
Nota: depois o companheiro Alfredo descobriu que esse tipo de cerveja é muito apreciada pelos nossos amigos belgas, hehehe!

4 – Resfrie o mosto rapidamente: além da agonia da espera de ver seus precisos litros de mosto resfriar, aumentar a velocidade desse processo vai contribuir para a precipitação de proteínas e taninos, que são substâncias indesejáveis na sua cerveja, além, é claro, de reduzir o risco de contaminação. A aquisição de uma serpentina de cobre vai colaborar significativamente para a melhora da claridade e da qualidade da sua cerveja. 
    
5 – Ferva o mosto por no mínimo 60 – 90 minutos: ferver o mosto por no mínimo 60 minutos só contribui para a melhora da sua cerveja. Esse processo vai esterilizar o mosto, vaporizar compostos indesejáveis, liberar o amargor do lúpulo, e coagular proteínas e taninos dos grãos de modo que eles precipitem durante o resfriamento. Assim, para atingir esse propósito, uma fonte vigorosa de calor, tal qual um fogareiro, vai lhe auxiliar muito mais do que aquela tímida boquinha de seu fogão.  

6 – Controle a temperatura de fermentação: num país onde a temperatura pode variar de altos 40 graus durante o dia até baixos 10 graus durante a madrugada, é de se esperar que esse clima de deserto deixe sua levedura atormentada. Embora existam fermentadores com controle de temperatura no mercado e muitos cervejeiros tenham optado por isso, a melhor técnica caseira ainda consiste em procurar o local mais fresco, seco e arejado de sua casa e colocar seu fermentador lá. Embrulhe-o com toalhas molhadas e renove-as a cada 12 horas. Desse modo, você terá uma temperatura mais amena durante a fermentação do seu mosto. Caso necessário, use um termômetro acoplado ao fermentador para um controle mais preciso. 

7 – Use um caldeirão para ferver todo o seu mosto: ferver todo volume do seu mosto será muito benéfico para a sua cerveja. Se você está fervendo apenas metade ou 2/3 do seu mosto por falta de um caldeirão maior ou por falta de uma fonte de calor mais eficiente, faça rapidamente uma atualização de seu equipamento. Não será caro e ainda deixará sua esposa mais feliz, já que poderá fazer sua cerveja bem longe dela!

8 – Use fermentadores de vidro: tá bom vai, nada melhor (e barato) que usar àquela bombona de água mineral, né? Pois bem, saiba que o uso de fermentadores de vidro ou aço inox oferecem inúmeras vantagens diante da nossa clássica bombona ou mesmo do fermentadores plásticos: muito mais fáceis de limpar, hermeticamente livres de oxigênio atmosférico, etc. Fermentadores plásticos são materiais porosos que permitem a passagem de O2 e além disso, esses compartimentos podem vazar pelas extremidades, tornando mais difícil a detecção do final da fermentação.   

9 – Faça uma fermentação inicial: sua fermentação será muito melhor se você fizer um preparado inicial para o seu fermento. Dois ou três dias antes de preparar sua cerveja, ferva uma pequena quantidade desses extratos de malte seco (vendidos em casas do ramo) juntamente com 1 L de água. Resfrie e adicione seu fermento. Tampe bem com uma rolha contendo uma válvula airlock e mantenha em local fresco e escuro.
No dia do preparo da cerveja, adicionar seu “starter” ao mosto vai resultar numa fermentação mais vigorosa e num menor risco de contaminação, já que sua levedura estará em vantagem reprodutiva perante os organismos concorrentes que desejam acabar com o seu precioso néctar.         

10 – Faça compras olhando para o futuro: começamos sempre produzindo nossas levas com o que dispomos e quase sempre improvisando. Entretanto, quando a ficha cai, estamos diante de um novo e excitante hobby! Pois bem, chegou a hora de fazer novas aquisições e não adiantará nada fazermos aumentos graduais em nosso equipamento, o negócio é dar um salto grande! Por exemplo, ao invés de comprar um novo caldeirão de 20 L, depois um de 25 L, depois um de 30 L e depois um de 40 L, melhor comprar logo um de 40 L! Ao invés de comprar uma serpentina de cobre de 1 m, depois uma de 3 m, depois uma de 10 m , compremos logo uma de 10 m! Fazendo assim, você economizara muito dinheiro!

Espero que isso os ajude!

E não diga que ninguém falou!


Texto adaptado de: Ten Top Tips for Home Brewing Beer by Brad Smith. February 16, 2008. Acessado em: http://www.beersmith.com.

Dicas de leitura:
John J. Palmer. How to Brew (3a Edicao). 2006.